Sementes com história: Feijão-Vagem

Antes do início do verão, numa ida ao litoral na casa dos meus sogros, ganhei deles uma pequena porção dessas sementes de vagem.

De tom amarronzado, diferente das que comprava, que são brancas, semeei sete delas direto no canteiro, já com tutores de bambu para auxiliarem a sua subida.

Germinaram tão rápido! E cresceram com toda sua energia de trepadeira ganhando os céus, dando um show com suas folhas vistosas e flores brancas e amarelas.

Produziram vagens enormes e saborosas numa abundância linda de se ver!

Quando colhi as primeiras e as fiz para o almoço, lembrei de um dia em que estávamos na praia, há muitos anos atrás, e a Marli fez uma travessa de vagens cozidas, que ficaram prontas antes dos demais acompanhamentos. Aquela cor verdinha ainda com o vapor do cozimento, foi minha refeição daquele dia. Tenras e deliciosas, para uma refeição a base de plantas onde não se requer mais nada. Aquelas eram as antecessoras dessas vagens que colho agora, e fico pensando na beleza que há em perpetuar memórias, e possibilitar que novas experiências se repitam a partir do plantar e multiplicar, do guardar e compartilhar.

Mandei uma mensagem para ela perguntando sobre sua origem, e olha que linda essa resposta:

"Oi Sheli, essa vagem é maravilhosa, ela dá bastante e grande. A mãe ganhou de uma vizinha quando morava na chácara (em Bocaiúva do Sul) há mais de 20 anos. A vizinha falou pra ela cuidar pra não perder a semente porque não tem pra vender, ela todo ano planta e guarda semente pro próximo ano. 🙏"

Cada ida a horta volto com um maço delas, que além das refeições já viraram conservas e outras tantas aguardam secar para mais sementes delas ofertar.

E continuam a produzir, num ciclo de abundância que adoro participar!

Plantei também uma semente em uma floreira pequena e ao menos dez vagens já colhi.

Não importa o tamanho, a força da vida sempre há de emergir!

Feijão-vagem macarrão trepador

Phaseolus vulgaris