A liberdade de não fazer o que queremos

Fazendo o que queremos alimentamos os desejos que o ego promove para nos distrair a ponto de esquecermos quem somos e quais são nossos reais chamados para serem expressos no mundo.

A liberdade está em não fazer o que se deseja, pois livres somos quando livre dos desejos, que comandam as nossas vidas quando a vivemos no automatismo inconsciente. A inconsciência faz com que associemos a liberdade ao fazer o que queremos, quando é o exato oposto: livres somos ao perceber para onde os desejos querem nos levar e optamos por permanecer no centro de nós mesmos.

Alcançar o centro perceptivo da própria manifestação verdadeira enfraquece a personalidade desejosa que nos leva de um lado para outro em busca de satisfação, para um estado calmo de presença constante que flui sem criar demandas e sem opor-se ao que se apresenta.

Liberdade é navegar pela torrente da existência sem perturbar-se, sem atender os incessantes impulsos que o ego envia para que percamos nosso alinhamento.

Imperturbável é a consciência desperta. Impetuosa é a personalidade egóica dispersa, que nos leva a reagir a cada estímulo, tirando-nos sempre do centro de paz que Somos.

Discernir entre o que nos aprisiona e o que nos liberta é a verdadeira liberdade. Todo o resto é apenas falha de entendimento conceitual.