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Samsara - o eterno ciclo de repetições

Apego ao prazer, a dor, as conquistas, a vitimização. Às estórias narradas, os enredos criados, aos vínculos aprisionantes. Uma relação de paixão profunda pelas próprias experiências vividas, que nos atravessam, confundem, distanciam-nos de quem somos e acabam definindo quem nos tornamos - mutantes experienciais, como cobaias ingênuas, despraparadas, desinformadas, que são submetidas a manobras manipuladoras sem consciência do que está ocorrendo, por não conhecermos a nós mesmos.


Ampliar a consciência não tem a ver com ser arrastado pelas experiências, mas sim em ter a capacidade de observá-las e voluntariamente nos dispor a retirar delas os elementos necessários para que a consciência se amplie.


Assistir um filme sem prestar atenção é como não tê-lo assistido, e assistí-lo tornando-se parte da história, identificado com o personagem que o representa vivendo as emoções dele como nossas, é como tomar para nós algo que não é nosso. Mas, assistir um filme como observador, como um expectador atento, disposto a refletir sobre a mensagem que ele tem a nos passar e identificar os elementos que podemos conscientemente modificar em nós, é a forma como devemos nos relacionar com a vida e todos seus contextos diários que surgem para o nosso aprimoramento.


Ciclamos repetidamente quando nos tornamos as experiências que vivemos e esquecemos que somos apenas os observadores dos acontecimentos, que ocorrem para tornarmo-nos melhores como humanidade, aparando as arestas que criamos pelos equívocos de interpretação, quando nos tornamos outra coisa que não nós mesmos, misturados e confusos pelos papéis temporários e os desdobramentos desencadeados.


Subir a espiral dos aprendizados é não repetir as mesmas lições do passado. É decidir não viver as mesmas coisas, melhorar nossos hábitos, depurar as emoções, mudar a frequência corriqueira dos pensamentos automáticos que estão sempre reproduzindo o passado.


O samsara nada mais é que o apego pelo que escolhemos, e nele viveremos enquanto não optarmos por remover o que não somos para voltar a ser o que sempre fomos - consciência pura e limpa, sem fardos nem predicados, abertos a passar pelos mundos deixando o nosso recado, sem nos tornar o meio, mas deixá-lo melhorado.


Passar pela vida iluminando, e não sendo apagado pelo contexto que interpretamos a partir do que já foi por nós experienciado, num ínfimo alcance, que somente será ampliado quando a nós mesmos tivermos resgatado.


Estamos aqui para sermos lapidados da poeira dos tempos que nos escondeu de nós mesmos e por tanto tempo vivemos afastados. Não somos o que nos acontece, nem os papéis que temporariamente assumimos nesta veste, também transitória, presente aqui nesta oportunidade de retomar pela nossa força de vontade, a nossa original memória - de que somos luz a se expandir pelos Universos a fora.






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