Integração da instrução

O trabalho da instrução é a senda pela qual a lapidação de si ocorre.

Por mais que ela esteja presente a cada instante, pouco se integra daquilo que se recebe, e por isso até aqui todo o processo humano evolutivo tem sido vagaroso.

Tantos bebem dos ensinamentos sem nem degustarem de seu sabor. Sedentos por elevação, sobrecarregam-se destas águas como se elas, por si só, fossem promover sua redenção, esquecendo-se que a atuação do que chega até ele age conforme seu trabalho interno ocorre, integrando e vivendo de acordo com o ensinamento.

De nada adianta entrar em contato com uma instrução no minuto seguinte permanecer agindo e nutrindo os mesmos hábitos grosseiros costumeiros.

Lapidar o gosto é premissa básica para a evolução, e requer firme decisão para romper com aquilo que não participa desse movimento ascendente.

Engana-se aquele que pensa que o que que é considerado normal coletivamente pode ser consumido deliberadamente sem que efeitos contrários ajam sobre seu processo como indivíduo.

Um indivíduo é indivisível, sendo que a congruência entre suas expressões é o que o torna um, e não fruto do meio caótico coletivo em que está inserido.

Ao entrar em contato com algo que faça sentido, deve-se caminhar a todo momento de mãos dadas para que de fato, a manifestação desse sentido se faça, e não guardá-lo em um arquivo para ser acessado somente em algum instante de reflexão ou crise.

Por milênios sábios mestres compartilharam suas experiências, e há aqueles que até hoje nem sequer uma de suas instruções em sua vida integraram.

Não há nada a fazer senão melhorar-se, a cada segundo.

O denso grosseiro já mostrou a que veio e já mostrou seus desdobramentos. Que a sutil delicadeza emerja em ti e invada, tornando-o indivíduo íntegro a colaborar nesses tempos de virada.

Shely Pazzini

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