Invernar-se

INVERNAR-SE

Quanta sabedoria habita o ciclar, que hora chama para expandir e hora para recolher. Assim como noite e dia, luz e escuridão regem ritmos importantes da vida e trazem um tom de obediência para vivenciar o que é preciso, para o nosso próprio bem, em cada momento.

Hoje celebramos mais um solstício - um momento exato do dia onde inicia mais uma estação de temperaturas bem definidas, onde aqui, vivemos o ápice da escuridão, e gradativamente a luz vai retornando até outro ápice oposto, no solstício de verão.

Viver os invernos é viver a introspecção - é voltar-se para dentro e dar ao âmago, atenção. É recolher-se, organizar-se e nutrir-se para em breve, expandir-se. Movimentos de contração e expansão necessários para em equilíbrio seguir.

Observar como lidamos com estes opostos revelam muito sobre nós. Usufruir do que se apresenta sem desejar mudar o cenário aponta para a adaptabilidade que flexibiliza e que nos permite viver o momento presente inteiramente.

Quantos desejos de fugas das vivências invernais não nos privam de verdadeiros momentos de paz, em prol de um falso controle e bem estar que não tem nada mais a somar?

Refletir sobre cada ciclo é equalizar. Entre o mundo refletido e a atuação do ego tanto há para enxergar. Que consigamos viver cada fase em presença, e com ele também, colaborar - porque reciprocidade é igualmente algo a reconhecer e praticar.