Os tempos são chegados
- Shely Pazzini
- 25 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
O ano é 2022, em um final de ciclo ineditamente grandioso, que está sendo uma enorme oportunidade para acelerar absurdamente os processos de aprendizado para a evolução em uma nova fase da espiral.
Isso se faz claro pela dificuldade em se manter a mesma tônica anterior, e pela perda de sentido em boa parte do que era sustentado até então, como sendo uma "boa vida", ou uma vida "normal", baseada em conceitos limitados a partir da visão recortada que a ciência racional, desconectada da visão integral necessária para o entendimento do Todo, nos trouxe.
Com princípios desvirtuados e esquecidos, trocados por opiniões guiadas por uma liberdade prostituída, fruto de uma interpretação equivocada, finalmente estamos tendo a chance do recomeço.
O cansaço é visível, a incerteza bate a porta de todos, assim como desconfortos das mais diversas ordens.
O mundo com seus inúmeros tentáculos continua tentando nos agarrar - e de fato muitos são abraçados para permanecer mantendo o que já não existe mais.
Quando tudo o que você criou materialmente deixa de fazer sentido, deixa de te mover, inspirar, fazer o coração vibrar, é porque o tempo daquilo já passou.
Desapegar das nossas próprias criações é um desafio enorme. Requer a desconstrução dos personagens que interpretamos, para nos tornar o que de fato somos.
E o que somos? Átomos encerrados em corpos vivendo as experiências desse planeta belo e abundante que não soubemos respeitar?
Vivemos tempos bizarros onde a crueldade com outros seres se tornou algo banal, tanto para quem produz como para quem consome. Essa cadeia do lucro que movimenta a engrenagem produção-consumo é uma das coisas mais degradantes que já vi. Contaminamos nossa própria casa e matamos em prol de um estilo de vida doentio, que não gera nada além de sofrimento, desordem e doenças.
A tecnologia se desenvolveu brandamente, e não foi acompanhada pela evolução da própria raça humana, que sofre a falta de si mesma, por passar longe das virtudes originais da sua essência.
Vemos a natureza como algo descolado de nós, não sabemos interpretá-la, manipulamos interferindo na ordem harmônica que rege as forças naturais.
Deixamos de compreender os ciclos e como agir a favor deles, desconhecemos as forças cósmicas e achamos que elas são irrelevantes.
Ignoramos a totalidade coesa que mantém a vida em todas as esferas, e nos colocamos em um patamar soberbo que desconhece os desdobramentos de cada escolha egocêntrica.
Perdemos a tolerância e o bom senso, desaprendemos a nos relacionar e a viver juntos. Passamos a seguir modismos e tendências sem propósito algum, porque a imagem e a aparência tomaram o espaço da naturalidade da expressão da vida como ela é, espontânea e verdadeiramente, bela.
Temos muito mais do que precisamos, e boa parte não é necessário, não tem serventia alguma. Entulhamos nossos espaços com futilidades inúteis, gastamos nosso tempo-energia-dinheiro com elas. Temos tudo em excesso e vivemos reclamamos de falta.
Perdemos a capacidade de reconhecer e ser grato, mas ficamos craques em reclamar e cobrar. Terceirizamos a nossa vida a ponto de precisar pagar pela água que bebemos, em pleno planeta água.
Não sabemos educar nossas crianças, porque nós tornamos seres totalmente mal educados. Apontamos falhas, julgamos e criticamos, mas não somos capazes de ter empatia e estender as mãos para acolher. Tudo tem que estar dentro de um formato padronizado e, caso não esteja, fazemos com que caiba dentro de uma caixa apertada - mesmo que para isso tenhamos que nos encolher a ponto de sufocar.
O período desses absurdos não foi tão longo mas foi o suficiente para aprender a lição e compreender que a ordem das leis universais jamais deve ser sobreposta por coisa alguma.
Hoje vivemos um desmoronamento das criações sem bases reais - e quanta coisa está ruindo. Muitos tem medo do que pode vir, e eu me pergunto como poderíamos continuar vivendo assim - desvirtuados, desconectados, fantasiados e interpretando personagens repletos de máscaras que escondem a podridão da sua motivação.
Que o mundo está de ponta cabeça sabemos - então que ele vire completamente para retornar a sua orientação real.
Apertem os cintos da confiança no desconhecido, pois os tempos são chegados e nada mais será reconhecido, nessa criação alienada que foi regida unicamente pelos sentidos.
Olhe além do caos e desvele tudo o que já está disponível!
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