Tempos dúbios
- Shely Pazzini
- 15 de fev. de 2023
- 2 min de leitura
TEMPOS DÚBIOS
"A mente questiona o que o coração já sabe."
O apelo pela tecnologia vem aumentando desproporcionalmente ao desenvolvimento humano, mas mesmo assim andamos sedentos pelos recursos que cada vez mais ampliadamente ela pode oferecer.
Colocamos nossas fichas em criações apartadas da originalidade da existência terrena, que ferem princípios básicos para manutenção da vida na materialidade, e usufruímos delas como se não estivessem trazendo desdobramentos negativos e pudéssemos desenfreadamente continuar nesse caminho de desconexão.
A mais alta tecnologia se encontra em nós, pertencentes ao mundo natural assim como toda a vida terrena, em todas as suas formas e manifestações.
O contato com a origem que nos permite permanecer aqui é o maior desenvolvimento que podemos fazer.
Observar que os desequilíbrios são gerados pela ausência da harmonia intrínseca da natureza nos faz pensar que toda a tecnologia em prol de "curar" seria desnecessária caso a humanidade não tivesse se apartado de si mesma.
Com o olhar voltado ao artificial a essência que nos move desequilibra-se. Sem contato real com o que Somos, vivemos mergulhados em mentiras, que nos levam cada vez para mais distante de nós.
Não precisamos de tecnologias revolucionárias que nos salvem. Precisamos voltar para a base essencial que provêm a vida, para a harmonia perfeita que habita em cada um de nós, capaz de manter o equilíbrio perfeito sem a necessidade de absolutamente nada além do que a natureza inata oferece.
Vivendo artificialidades nos tornamos artificiais, e a vida real não sustém artificialidades, pois sua natureza é a própria natureza. Tão óbvio quanto as leis que regem o mundo material, quanto mais precisamos de recursos humanamente criados mais nos afastamos de nós mesmos, da fonte original mantenedora da vida.
Voltar ao natural não é um bordão poético, é uma questão que sair de uma luta descabida pela sobrevivência e passar a viver com toda a qualidade e potência que ela própria oferece.
É parar de olhar para a falta de saúde manifestada em tantas desordens e doenças e passar a colaborar com a manutenção da vida real, com toda sua aptidão de bem viver, usufruindo de toda a riqueza que o mundo natural ao qual pertencemos já tem para nos ofertar.
Vivendo em desconexão ainda mais mazelas virão. O que diz a você, o seu coração? Pede por mais formidáveis desenvolvimentos tecnológicos ou apenas a volta para a sua genuína, essencial e natural conexão?
Comentários