Árvores são parte de nós
São a representação do equilíbrio gerado da conexão entre as profundezas e o alto, expressão da beleza, da abundância, da integração entre os reinos da natureza, da comunicação entre consciências.
Maleáveis, adaptáveis, cíclicas. Resilientes, puras. Fortes, corajosas.
Sofrem ataques de todas as ordens, mas permanecem soltando seus brotos, florescendo, frutificando. Seguem encantando, alimentando, disseminando.
Cada árvore carrega em si um Universo, assim como nós. Serve de morada, de abrigo. Acolhe. Mesmo os que sugam suas forças até secá-la. Não segrega. Aceita, segue seu fluxo.
Entre simbioses e sintropias, não perde seu propósito.
Numa relação profunda sempre estivemos. Em tudo o que me relaciono com facilidade elas são a fonte principal, essencial: nos papéis que escrevo, nos livros que publico, na casa onde moro, nos móveis que compõe meu lar. Na lenha que aquece, transforma, transmuta. Nas sementes que coleto, na mudas que semeio. Nas matérias vegetais que uso para compor meus produtos do bem, nos frutos que como, nos aromas que temperam meu alimento, na cura que encontro nos chás. Na beleza de suas flores e brotos que me inebriam a cada instante. Na sombra que salva. Na qualidade do ar que suas trocas gasosas fornecem. Na comunicação silenciosa que me fortalece. Nos cogumelos que me encantam. Na decomposição que nutre a terra.
Do início ao fim, seu existir é perfeito em si, em puro esplendor.
Que possamos aprender com elas, ir além de seus nomes e definições e acessar sua essência, integrados em consciência.
Com respeito e gratidão, minha reverência a essa imensidão, representação do mais puro amor.
